O cenário atual apoiado pelas evoluções tecnológicas, o comportamento, a demanda dos consumidores e a globalização tornam ainda mais competitivos os mercados, intensificando a necessidade das empresas em auferir vantagens competitivas. Esta nova realidade desafia as organizações a desenvolver novas competências, valer-se de novas ferramentas e inovar nos modelos de gestão. A competitividade de uma empresa está na sua capacidade de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam conservar uma posição sustentável no mercado de forma duradoura. Novas tecnologias, novos mercados e novos métodos de gerenciamento ou o redesenho dos processos de negócio e de integração total das cadeias de valor da empresa, clientes e fornecedores devem ser conquistadas. As organizações passaram a competir não só em nível local, mas também em nível global e as estratégias a serem traçadas necessitam assegurar um desempenho superior. A globalização fez com que os sistemas empresariais e as instituições de diferentes sociedades se relacionassem uma com as outras gerando um aumento da concorrência nos mercados, implicando em maior competitividade dependente do funcionamento da rede de instituições que estruturam o entorno no qual estas empresas estão inseridas. A geração de modelos de negócio inovadores representa uma nova fonte de vantagem competitiva considerando que pode resultar na criação de valor organizacional e na mudança da forma de fazer negócio, tornando-se um novo padrão para o surgimento de novos empreendedores em busca do sucesso. E, é neste cenário que surgem os jogos. Até bem pouco tempo os vídeo games eram vistos apenas como uma forma de entretenimento, porém os impactos gerados por estes jogos já ultrapassam em muito este contexto. O jogo é tão importante e presente nas civilizações, que a espécie humana poderia ser chamada de Homo Ludens e não sem razão, pois é através dos jogos que as civilizações muitas vezes se desenvolvem e, sendo o homem um ser lúdico o jogo encontra-se diretamente ligado à cultura dos povos, vez que a cria e a modifica. A dinâmica dos jogos funciona pautada em quatro principais elementos: objetivos, regras, meios para alcançar os objetivos ou um sistema de feedback e atitude lusória ou participação voluntária. Desta forma, deduz-se que os jogos são atividades direcionadas por alguns objetivos que obrigatoriamente envolvem meios e escolhas para alcançá-los. Os jogos como são conhecidos hoje possuem um ritmo de desenvolvimento muito mais célere pela incorporação das tecnologias disponíveis, levando o ser lúdico a criar novos meios que trazem o contexto de jogos cada vez mais para o dia-a-dia das civilizações modernas. O uso de elementos dos jogos em outros contextos, ou seja, em ambientes de “não jogos” passou a ter uma maior relevância nos últimos anos, principalmente em organizações empresariais ligadas à área da tecnologia digital. A expressão gamification traduz o sentido de fonte de inovação que visa permear o mundo real e o mundo virtual. Gamification portanto é o uso de elementos, técnicas e design de jogos em um contexto de “não jogo”. A ideia de se trazer elementos dos jogos para outros contextos despertou um interesse elevado nas organizações, que passaram a vislumbrar a possibilidade de maior engajamento com seus clientes e colaboradores, sendo utilizada para motivar as pessoas através de estímulos de competitividade e cooperação, baseada na qualidade intrínseca dos jogos: a diversão. O exemplo de aplicação mais popular que utiliza gamification é o Foursquare, rede social que se baseia na geolocalização e permite aos usuários compartilhar os lugares que estão visitando através de check-ins. Ao realizar uma grande quantidade de check-ins em um local o usuário ganha uma Mayorship (prefeitura) e fica reconhecido como Mayor (prefeito) daquele local. O acumulo de check-ins também vai proporcionando ao usuário a conquista de badges (medalhas), além do sistema possuir um ranking de pontuação que gera descontos e vantagens em estabelecimentos comerciais. Existem diversas ferramentas de jogos que podem ser utilizadas nas mais variadas aplicações. As ferramentas que transformam atividades em jogos acabam fazendo com que as pessoas se divirtam, motivando-as extrínseca e intrinsecamente. Gamification partilha os elementos e o design dos jogos em um ambiente de não jogo para atingir objetivos como lançar desafios, usar estratégias, conquistar espaços, ganhar visibilidade, promover a interação e a experiência do usuário culminando no engajamento relacional que deve sustentar a lealdade entre produto/serviço/consumidor.